"Coeur Vide" e o movimento Antivacina
Na minha condição de médica e profissional atuante nas Práticas Integrativas, senti fortemente o chamado para me expressar sobre a diversidade de posicionamentos quanto a vacinação.
Quando as vacinas surgiram não questionei sua validade em nenhum momento. Mesmo sabendo que haviam sido preparadas em tempo não hábil, reconhecia que estava diante do resultado da dedicação e pesquisa diuturna de cientistas interessados em proteger a humanidade de uma doença da qual se sabia pouco, mas que poderia ser letal, pois não tínhamos recursos medicamentosos para combate-la.
Uma proposição simples, direta e objetiva.
O início da vacinação no mundo foi comemorado com festa. Aquela condição de medo e liberdade tolhidos parecia estar com os dias prestes a terminar, e a vida como conhecíamos voltaria a florescer!
No entanto, essa condição tão plana e óbvia, era como o mar que anuncia a chegada de um grande tsunami; nessa manifestação da força da natureza, há pessoas que reconhecem os sinais e há aqueles que os negam, há os que acreditam na força das ondas e aqueles que lhes atribuem pouca força, há até alguns que gostariam de surfar tais ondas e outros que acreditam num mergulho profundo como salvação.
A grande tsunami sanitária que varre o planeta encontra reações iguais: nas pessoas, nos países e em várias comunidades específicas. Certamente, a escolha de enfrentar um tsunami é individual, mas a responsabilidade fraterna do aviso e do cuidado mútuo quanto a ameaça iminente que estamos vivendo, é coletiva!
No inicio da pandemia fiquei bastante reflexiva quando uma cliente que reside na França me alertou para a pronúncia COVID. Em francês, soava como CORAÇÃO VAZIO(Coeur vide)...
No decorrer desses dois anos assistimos as mais tocantes manifestações de amor dos mais variados setores da sociedade em todo o mundo: nas artes, ciências, tecnologias, saúde e humanidades. O CORAÇÃO VAZIO, deparou-se com uma realidade diferente, a de um CORAÇÃO TRANSBORDANTE, e por um momento fomos UM.
A dor, abre profundos veios de maturidade, e essa condição sempre contempla o coletivo. As Práticas Integrativas deveriam ser a melhor expressão de um cuidado livre de vaidades e partidarismos. Elas nasceram sob o propósito da consciência de que corpo e alma são reflexos mútuos apesar de possuírem dinâmicas distintas. O corpo é o maior depositário das inquietações da alma, mas é o escudo físico que está na interface e no diálogo com as idiossincrasias do mundo.
Ser antivacina é subtrair e destituir as funções do corpo de suas armas básicas e primitivas, para tentar enfrentar um inimigo bruto e rude com palavras doces e reflexivas.
Rudolf Steiner, o idealizador da Antroposofia, postulava que o nível evolucionário de uma comunidade definia seu grau de resistência as doenças, e, portanto, a nível coletivo essa era uma conduta fictícia.
Dr. Bach, idealizador da Terapia com Essências Florais tornou-se destacado no seu tempo como bacteriologista e como criador de vacinas preparadas através de bactérias intestinais, salvou muitas comunidades em seu tempo, o que não impediu que fosse buscar na natureza a linguagem colorida e expressiva das flores.
A Homeopatia foi capaz de proteger grandes comunidades durante os surtos epidêmicos no decorrer do século 18 e 19 através de medicamentos que eram utilizados em grandes grupos populacionais, mas isso não prescindiu o advento das vacinações.
Tudo isso em nossos dias são heranças e atuações preciosas que herdamos de nossos grandes mestres. Mas para honrarmos nossa titulação de INTEGRATIVOS, precisamos também honrar os grandes mestres pesquisadores da ciência moderna, preenchendo nosso coração e nossos corpos da gratidão por todos aqueles que vêm trabalhando pela humanidade.
Talvez assim, combatendo a proposta da antivacina, possamos vislumbrar um ainda distante salto quântico e mudarmos finalmente, o paradigma do COEUR VIDE(Coração Vazio).
Tereza Guimarães Medica Homeopata/Floriterapeuta/Kinesiologa
terezaguimaraess.wixsite.com/tereza-guimaraes
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